segunda-feira, 12 de março de 2012

Amazônia Perdida - 5º dia

Acordamos ao raiar do dia ao som de uma sinfonia de pássaros. Banho no rio Autana, café e partida. Quatro horas de navegação e chegamos à comunidade Ceguera, nome que nada tem a ver com deficiência visual. Apenas porque o som é parecido com o nome indígena, fruto de uma árvore. Teremos que esperar pelo líder, Juan Pablo Arañas. Ele está na serra sagrada para os Piaroa. Cerro Autana, segundo os antepassados dele, é o lugar onde começou o mundo. Trata-se de um monólito de rocha arenítica de 750 metros de altura. Segundo os índios a serra são os restos da Árvore da Vida que chegava ao céu e produzia todas as frutas do planeta terra. Juan Pablo chega. É homem de poucas palavras.

Juan Pablo, líder Piaroa.


Ele aceita nos acompanhar até um mirante onde vamos gravar imagens da vasta floresta amazônica e da montanha sagrada. Momento mágico no fim de tarde. O sol ainda não se pôs e a lua cheia surge na paisagem. Para completar, o dia termina com a mesma sinfonia que começou. O show dos pássaros. Escurece e chega a informação de que o gerador da comunidade está quebrado. Nosso jantar será à luz de velas e lanternas. Porém, não temos o que reclamar. Estamos em um pedaço do paraíso e, segundo os Piaroa, no exato lugar onde o Criador começou a arquitetar o mundo.

Cerro Autana, início do mundo.

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