sábado, 24 de março de 2012

Amazônia Perdida - 16º. dia

Treze dias a bordo do bongo é extenuante.

Noites e noites longe de casa. É na hora de dormir que a saudade bate forte. Os sonhos são outros. Cama, colchão macio, travesseiros brancos, ducha quente e vaso sanitário valem mais que ouro. Os mais difíceis de suportar são os pensamentos que atiçam a saudade da família. O isolamento na selva se torna o sentimento mais profundo.

Não adianta chorar, temos que encarar nosso realidade e deixar Porvenir.Os simpáticos anfitriões ainda nos oferecem um naco grandão do peixe valente.  Da barranca do Casiquiari a família de Carlos nos dá adeus. É mais uma partida.

Onde o Casiquiari encontra o rio colombiano Guaynia começa o gigante rio Negro que adiante vai entrar no Brasil. Ele serpenteia a Amazônia por mil e novecentos quilômetros até desaguar no rio Amazonas.



Chegamos à tarde em San Carlos de Rio Negro. Do outro lado do rio fica a cidade colombiana de San Felipe Néris. Enfrentamos a burocracia da Guarda Nacional. Temos que suportar o calorão e caminhar até o comando. Trecho em que vamos conhecendo quem vive aqui. Índios de várias etnias e caboclos que os venezuelanos chama de criollos.

Uma população que mistura pessoas da Venezuelana, Colômbia  e Brasil. cidade tem uma pista de pouso de terra, torre de telefonia e um  centro comercial que atende as populaçõesribeirinhas deste fim de mundo. Entro em um mercadinho e Sônia, a dona, se surpreende com minha presença. Ela é fã do jornalismo da Record que consegue sintonizar por antena parabólica.

Visitamos outros comerciantes brasileiros e vamos atrás de um lugar para passar a noite. A única pousada da cidade está lotada. Comentamos o problema com Gabriel, um morador, e ele nos oferece sua casa.

É onde vamos  pendurar as nossas redes.

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